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Evolução da publicidade infantil: estímulos de consumo a um público vulnerável

  • Foto do escritor: PETCom
    PETCom
  • 12 de out. de 2023
  • 3 min de leitura

A edição da newsletter dessa semana mostra a publicidade infantil como mecanismo de apelo ao consumo para o público-alvo.

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A publicidade infantil se destacou expressivamente nos últimos anos, moldando-se e evoluindo ao ritmo acelerado das transformações sociais e tecnológicas. Logo, é notório os diversos meios de veiculação utilizados para atingir esse público tão singular, desde os tradicionais televisivos comerciais até as estratégias inovadoras empregadas nas plataformas digitais.


De acordo com Iglesias, Caldas e Lemos (2013), os programas infantis tornaram-se o foco principal das campanhas publicitárias, devido à dificuldade do público infantil em perceber a intenção persuasiva da propaganda.


Para Arreguy et al, (2012). A inauguração da TV Tupi em 1950, foi marcado pelo início de uma era transformadora nos meios de comunicação social e de massa no Brasil. A programação infantil acompanhou esse período, seguindo moldes adultos, com telenovelas, episódios infantis variados (“Sitio do pica-pau-amarelo”), (“Nos tempos da Vovó”) e formatos dinâmicos que estimularam a imaginação das crianças. Após uma fase experimental, a vulnerabilidade das crianças ao marketing tornou-se evidente, transformando programas infantis em alvos estratégicos para patrocinadores. Comerciais, patrocínios e publicidades foram encaixados na programação, beneficiando tanto os patrocinadores quanto os produtores em captar investimentos para melhoria nas produções desses programas.


Na década de 1980, os programas infantis, nas emissoras, ganharam mais controle sobre criação, produção e contratação, foi a época de ascensão dos programas televisivos voltados para o público infantil, com maior audiência, aumento de anunciantes. Contudo, essa evolução trouxe desafios, incluindo a autonomia excessiva dos patrocinadores na produção dos programas.


Nesse contexto, a regulamentação da publicidade infantil no Brasil emerge como uma estratégia crucial para proteger as crianças de práticas abusivas. As diretrizes do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR) buscam garantir respeito aos valores sociais e prevenir apelos de consumo direto que possam afetar negativamente as crianças. No entanto, essa regulação enfrenta um desafio complexo, equilibrando a necessidade de proteção infantil com os interesses econômicos das empresas.


A história da televisão brasileira e da publicidade infantil está entrelaçada. Pensando nisso, trazemos indicações sobre o tema, propagandas em diferentes épocas, expondo como a publicidade infantil desempenhou um papel significativo na construção da cultura de consumo no Brasil, moldando as experiências das crianças e influenciando suas escolhas desde cedo.


Para contribuir com a reflexão, o PETCom, mediante análise, traz algumas propagandas de produtos infantis. Confira a seguir.


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Velocípede Trol Tronka (1969)


Em 1960 era inaugurada a famosa industria de Brinquedos TROL, a fabrica foi responsavel pela criação de varios itens infantis, entre eles, a linha de brinquedos que se tornaria ícone de uma geração: o velocípede! Em 1969, a TROL, lançanva no mercado os modelos ‘velortols’. A propaganda compara velocípedes antiquados e enferrujados, com o poderoso e grandão TONKA. A mensagem é clara: Trocar um brinquedo velho, por um novo, impulsionada por estratégias de marketing, promovendo um ciclo de descarte e substituição, atrelado ao consumo.







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Maquininha de Escrever (1991)


A propaganda foi difundida na década de 1990, sendo o produto da marca Glasslite, empresa brasileira que funcionou até meados dos anos 2000. O comercial mostra um garoto e uma menina animados ao verem e testarem a máquina de escrever de brinquedo. Ambos demonstram curiosidade e interesse pelo produto. Algumas características presentes na propaganda expressam caráter publicitário, como a empolgação das crianças e a disputa encenada entre elas para ver quem utilizaria primeiro o item. O comercial configura apelo ao se utilizar de personagens infantis e ao apresentar possibilidades de uso com o brinquedo partindo dos próprios atores, o que desperta no público-alvo vontade de adquirir o produto.




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GREG NEWS com Gregório Duvivier | PUBLICIDADE INFANTIL


Neste episódio do Greg News, exibido na HBO e disponível no Youtube, Gregório Duvivier aborda e critica a publicidade infantil, trata da regulação brasileira sobre ela e apresenta uma trajetória que vai desde os comerciais antigos da TV até a publicidade infantil mais direcionada à internet. Ele destaca os irmãos Felipe Neto e Luccas Neto que naquele período estavam voltados ao mercado infantil na web, com lucros expressivos. Vale pontuar inclusive isso foi atualizado na descrição do vídeo que os irmãos Neto "deixaram de praticar o que foi criticado à época”, como uma propaganda disfarçada de unboxing de produtos da marca de Luccas Neto feita por Felipe.




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